segunda-feira, 8 de junho de 2015

0 Não tenho nada contra a quem é gay 2

Joao Castellano/Reuters
Este ano tive o prazer de participar da Olimpíada Nacional em História do Brasil, a ONHB e durante a 4ª fase tivemos a tarefa de entrevistar alguma pessoa que já tivesse sofrido algum tipo de preconceito: preconceito étnico racial, preconceito de gênero ou sexual, preconceito de credo ou religioso, preconceito social ou de classe, xenofobia, entre outros. Tivemos uma semana para procurar o entrevistado, e em uma quinta-feira estávamos no terminal de ônibus de minha cidade, sem ainda termos achado o nosso entrevistado, quando avistamos um casal homoafetivo e resolvemos os abordar para perguntar se talvez eles não tivessem sofrido algum tipo de preconceito, triste constatação: para os primeiro gay que perguntamos, já tínhamos nossa história.  É claro que poderíamos ter parado a primeira mulher ou um negro que avistássemos, e este também ter uma história, mas não tenho tantas certezas se o primeiro que tivéssemos já tivesse uma história de homofobia e preconceito.
Já estava com isso em mente há alguns dias (o fato foi há algumas semanas), reparando como no meu dia-a-dia via casos onde gay era usado para classificar coisas depreciando-as e tantos outros detalhes, quando esta semana houveram eventos como o Comercial do O Boticário, marcha para Jesus e a parada gay.

Porém ao ler em determinados comentários em portais as notícias sobre a parada gay, que aconteceu, ontem, dia 08 e também os comentários sobre a nova série da netflix, SENSE8, que então fiquei chocado em como as pessoas comentam determinadas coisas, e sempre, para eufemizar seu preconceito, utilizando a frase Não tenho nada contra a quem é gay ou então "não sou homofóbico, mas" e suas mais variadas variações.

Ontem, então, tentei escrever um pequeno texto, tentando de uma forma irônica dizer como eu vejo o discurso dos comentadores de portais. Tentei ser irônico, mas sem deixar um grande e didático: "Isso é um sarcasmo, não estou sendo literal, tá?!", apenas para ver como o pessoal reagiria.

Infelizmente pouquíssimas pessoas ou quem sabe ninguém, detectaram meu sarcasmo. Talvez tenha sido pelo fato d'eu ter publicado as pressas, com intenção de postar ainda no domingo, e sem reler inúmeras vezes. Pelo fato d'eu não ter pedido para diversos amigos darem suas opiniões em privado, como costumeiramente eu faço. Talvez até o teor tenha sido exagerado, mas quis retratar algo do pouco que vi por aí nesses dias. Fui incompreendido.



Mas se até o mestre Tim Minchim já falhou em ser compreendido, acho que mereço não ser crucificado por um erro.

Mas por via das dúvidas, deixarei no texto original um grande aviso de ironia.

P.S: Durante o feriado de Corpus Christi, São Paulo foi a cidade que mais teve turistas e algumas estimativas dizem que os turistas que vieram para a parada gastaram por volta de R$ 60 milhões.

Sobre o autor:

Matheus, 16 anos. Estudo o ensino médio em Sorocaba.
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